
Não é apenas sobre juntar palavras soltas,
Nem sobre o silêncio do meu quarto vazio.
É sobre o poder de acender fogueiras
Onde antes havia apenas o frio.
Eu traço o perfil dela, crio o sorriso dele,
E sinto, nas pontas dos dedos, a eletricidade.
No mundo lá fora, o amor é incerto,
Mas aqui, nas minhas linhas, ele é verdade.
Eu amo a tortura da espera, o "quase",
O desencontro que faço questão de criar.
Pois quanto maior for o abismo que eu cavo,
Mais doce é o momento de se entregar.
Sou eu quem dita a chuva na hora da despedida,
E o sol que renasce no reencontro final.
Escrever romances é a minha vingança
Contra um mundo que esqueceu de ser sentimental.
Cada página virada é um suspiro meu,
Cada beijo escrito, uma aposta que fiz.
Eu, Renata, vivo de inventar amores,
Para garantir que, ao menos no papel, o fim seja feliz.