Feita de fé, carne, silêncio e recomeço.
Keila nasceu no dia 29 de setembro de 1989, bem no início da primavera, quando as flores ainda estão tímidas, mas já carregam promessa de vida nova. Desde pequena, carrega dentro de si uma mistura de doçura e resistência. Sempre foi mais calada, mais observadora. Daquelas pessoas que sentem tudo — e quase nunca dizem.
Técnica de enfermagem, ama cuidar do outro, mesmo quando ela mesma está em pedaços. Já enfrentou mais do que muitos conseguem imaginar. Já perdeu uma filha, a Emile. Já perdeu o útero. Já quase perdeu a própria vida. Já viu a morte de perto. E voltou.
Foram anos de luta com a depressão. Uma dor silenciosa que não se vê nas fotos, nem nas redes sociais, mas que grita por dentro.
Ainda assim, ela continuou. Um passo de cada vez. Um dia de cada vez.
Teve que aprender a respirar de novo. A sorrir com a alma ferida.
E, aos poucos, foi redescobrindo quem era.
Hoje, Keila escreve. E nas palavras, ela encontra abrigo.
Seus cadernos são mais do que páginas — são refúgios.
Ela acredita que a escrita tem poder de curar, de transformar, de dar voz ao que o mundo calou.
Ama lavandas, dias frios, fotografia, constelações e tudo sobre o universo, livros com alma e o silêncio das montanhas.
Sonha com um lar entre o verde e o céu, onde possa viver com calma, com bichinhos, com café quente e janelas abertas para o vento.
Um lugar onde possa criar raízes… e respirar de verdade.
É mulher de fé. Mesmo quando tudo parece desabar, ela encontra um jeito de conversar com Deus — nem que seja com lágrimas.
Ela é a prova viva de que não é preciso estar inteira para florescer.
Keila carrega marcas, mas também carrega esperança.
Não busca perfeição, só verdade.
E apesar de tudo, ainda acredita que o amor — por Deus, pelos filhos, pela vida — pode renascer mesmo nas terras mais áridas.