Um pouco sobre mim
Eu não sei me apresentar.
Sempre parece que estou sendo autorreferente e egocêntrica, e embora todos sejamos involuntariamente um pouquinho dessas coisas, esse definitivamente não é o meu propósito aqui.
E também porque costumo dizer que a minha vida foi uma sequência interminável de tragédias, até que as coisas começaram a melhorar.
Só pra contextualizar, eu vim de uma família muito pobre e cheia de problemas; então qualquer coisa pra mim parecia estar inalcançável, lá no topo do mundo.
Obviamente, à medida que fui passando pela vida, fui conquistando minhas coisas e meu espaço; e cada vez que eu realizava algo realmente grandioso, eu já estava com outra coisa ainda maior nos planos.
E a medida que fui alcançando coisas maiores que as anteriores, a minha percepção sobre mim mesma e sobre o topo do mundo distorcia-se; eu me percebia pequena e distante do topo do mundo, onde eu queria chegar.
Até me dar conta de que já cheguei ao topo do mundo muitas vezes durante a vida.
Quando meus textos começaram a ser compartilhados;
quando comprei um micro-ondas;
quanto tirei carteira de motorista A e B;
quando pude comprar uma ração melhor pros meus gatos;
quando as pessoas começaram a me reconhecer na rua como Escritora Ociosa;
quando troquei de guarda roupa;
quando sai do aluguel;
quando participei do Cultura 24 Horas.
quando pude comprar um Notebook pra exercer o meu trabalho;
quando consegui um emprego na minha área;
quando dei entrevista na rádio Alvorada;
quando saiu uma matéria sobre mim na Página Rosa;
quando conquistei minha moto;
quando publiquei A Batalha do Apocalipse, depois Trindade.
Todas essas vezes eu cheguei no topo do mundo.
O topo do mundo são todas essas pequenas conquistas que juntas somam toda uma história.
E a gente quase nunca percebe quando chega lá.
Eu não sei encerrar cartas abertas (nem fechadas).
Talvez essa seja uma boa forma de encerrar.