Entre fronteiras do conhecimento e limiares da percepção, habita uma consciência que responde por dois nomes: Darcicley de Carvalho Lopes, quando desvela os mistérios da gestão, da neurociência e da educação; Yel Sopel, quando transpõe realidades através da literatura e da arte.
Mestre em Administração, sua mente cartográfica mapeou territórios diversos do saber humano — tornou-se administrador, contador, músico, tecnólogo e educador. Sua peregrinação intelectual estende-se pelas neurociências, filosofia, linguagem, antropologia e inteligência artificial, buscando não a acumulação, mas a interseção entre saberes.
Autista com altas habilidades, seu desenvolvimento assimétrico e superdotação atípica multidimensional manifestam-se em traços savant-like — uma mente que percebe padrões invisíveis aos olhos ordinários. Como membro da Intertel, uma das mais respeitadas sociedades de alto QI do mundo, observa a condição humana através de lentes simultaneamente precisas e compassivas. Na materialidade do cotidiano, atua como funcionário do Banco do Brasil, tendo percorrido os caminhos da perícia e da docência universitária. Paralelamente, dedica duas décadas à transmutação de consciências através da educação musical — a matemática que se faz sentir.
Sua obra Microagressões e o Espectro Autista: o Impacto Invisível das Palavras emerge como um portal para a compreensão daquilo que escapa à percepção neurotípica — as sutilezas que ferem mais profundamente que golpes visíveis. Nas Crônicas de uma vida crônica (publicado em 2010) e em seus diversos contos publicados em coletâneas, revela-se Yel Sopel, a face que explora os abismos e alturas da experiência humana através da ficção.
Entre os mundos acadêmico e literário, entre Darcicley e Yel, não há contradição, mas complementaridade — como a luz que se revela simultaneamente onda e partícula. Seu compromisso com a educação e a arte como instrumentos de transformação social permanece constante, enquanto transita entre diferentes máscaras e palcos, sempre atento às comunidades que habitam as margens do acesso ao conhecimento.
Para compreender sua obra é preciso aceitar o paradoxo: a precisão técnica e o olhar sensível não são opostos, mas faces da mesma moeda — a complexidade de quem vive na interseção entre múltiplos campos do saber e múltiplas formas de perceber o mundo.