Ronailson Maia

Não me vejo como escritor — ao menos, não no sentido clássico da palavra.

O escritor, para mim, é um mestre da forma, alguém que domina técnica, estrutura, ritmo e estilo com a mesma naturalidade com que respira. É aquele que uniformiza regras, organiza mundos e conduz o leitor pela mão com erudição.

  Eu venho de outro lugar.

Sou, antes de tudo, um contador de histórias.

Aprendi com a vida como os acontecimentos se encaixam — dentro e fora do que podemos tocar — e como as dores, escolhas e quedas moldam paisagens humanas inteiras. O que trago nestas páginas nasceu dessa observação silenciosa: do que vi, do que vivi, e do que nunca pude evitar sentir.

  Se algo em mim pertence ao campo da escrita, descobri apenas ao longo deste processo.

As demais qualidades, se as possuo, deixo que cada leitor julgue por si.