Mich Graf nasceu em São Paulo, Capital, em 1995. Escreve
desde os quatorze anos de idade, tendo começado com alguns contos de terror
rascunhados durante o Ensino Fundamental, nos intervalos das aulas e nas idas
constantes à biblioteca. Autora de Dança dos Corvos, duologia Minha Esposa
Vampira e A Escuridão da Inocência. Membro da Academia Internacional de
Literatura Brasileira - AILB.
"Mais soberba, impossível! Soberba e territorialista, seca, grosseira. Aquele olhar verde cheio de desdém me dava vontade de jogar Helena da ponte. Todo aquele chilique sobre o sagrado quarto dela e eu ter maculado o lugar com minha presença, ter deixado um fio de cabelo no travesseiro dela, oh, meu Deus, que tragédia! Ah, me poupe. O que tinha de linda, tinha de insuportável." Veronna, recém che
Saiba maisO rádio começou a emitir sons de interferência, falhando as músicas de um modo muito assustador, e a tensão em meu corpo doía. Me joguei para frente e fechei a porta da Kombi usando mais força do que o necessário. A porta bateu alto, me trancando dentro do veículo. Eu me sentia um pouco mais segura, mas tinha medo de olhar pelas janelas e ver alguma coisa medonha. Meu corpo tremia e suava frio, mi
Saiba maisQuando não a achei, nem nada que a dizia respeito, desci ao porão, calada, e me deitei na cama onde ela passava seus dias mais densos. Não conseguia chorar, sentia que nem mesmo um incêndio seria capaz de esquentar meu corpo gelado, minha alma gelada, não conseguia enxergar nada que não fosse escuro, meus olhos não viam cores nem luzes, eu não sentia mais meu corpo, minhas mãos ou meu rosto. Me li
Saiba maisO farfalhar alto de asas gigantes batendo a assustou; Wyanor ouvira aquele som na última vez em que nadou na lagoa. Talvez fosse o pássaro. O som vinha do alto, de fora das telhas. Fosse lá o que estivesse fora da torre, estava andando pelo telhado. Wyanor olhou para cima, tentando ver alguma coisa, mas naquele ponto as telhas ainda se mantinham bem fixas, sem brecha alguma. Pareciam passos bem hu
Saiba maisËlriah estava em uma bela colina de grama alta, a brisa varria o lugar e fazia a relva dançar. De onde estava, o anjo via a grama movimentando-se como se dançasse, o sol brilhava a pino acima de sua cabeça, no meio do céu róseo, e o lugar cheirava a flores e algo doce e fresco. Não havia mais nada além de grama e Ëlriah, parado no meio da colina, absorvendo a paz santa que emanava do lugar. Seu co
Saiba maisAs rosas remexiam nos pensamentos alheios, confundiam quem se aproximava demais, sugando os desatentos para dentro de suas labirínticas trilhas sem começo ou fim. As pétalas cor de sangue emanavam calor e um perfume enlouquecedor, único. Seus caules ultrapassavam a altura de um homem adulto e suas flores tinham dois palmos de largura, sempre abertas e vermelhas, como se vivessem em uma eterna époc
Saiba mais— Só um minuto. — Ela disse, estendendo uma das mãos para tocar o interruptor da luminária da porta do lado de fora. A porta foi aberta com violência, batendo no ombro dela com força. Ela se assustou e tentou fechá-la de volta, sem conseguir. Uma mão calçada em uma luva de tecido grosseiro a agarrou pelos cabelos, tentando puxá-la para fora da casa. A garota tentava segurar-se no batente, mas quem
Saiba maisNa escuridão do mundo fora da casa, Cayden viu uma delas encarando-o ao longe, branca e tremulante contra o breu da Noite Eterna. Ele sentia as ondas de pavor atingindo seu corpo como chicotadas, congelando-o onde estava. A lareira apagou com o vento cortante que vinha da janela, vento esse que parecia empurrar a Mariposa direto para a casa. Cayden sequer pareceu notar a urina que escorria pelas s
Saiba maisEm um cemitério envolto em névoa e mistério, duas almas se encontram sob o céu cinzento do crepúsculo. Rubia, uma jovem curiosa e fascinada pelo desconhecido, espera por Lummi, uma mulher enigmática que parece flutuar entre os mundos dos vivos e dos mortos. Lummi, com sua beleza etérea e aura sombria, carrega consigo um segredo ancestral: ela é uma necromante, capaz de invocar e negociar com os es
Saiba maisDois olhos, brilhantes como os dos animais na noite, a fitaram da entrada da tenda. O coração de alshafaq caiu no estômago com o medo, a noite enfim tornara-se fria em sua pele infantil e os olhos fixaram-se nela. A silhueta alta e escura pela noite não se moveu, com exceção da cabeça, que deitava de um lado ao outro, decidindo se iria atrás de alshafaq. Ela não ousou dar meia-volta, não ousou per
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