Entre as linhas traçadas pela minha existência, mergulho nas profundezas do meu ser, destilando emoções obscuras em palavras que reverberam como ecos de um coração desiludido. Sou uma alquimista de sentimentos sombrios, navegando pelos mares tumultuosos dos romances e dramas psicológicos que destroem as ilusões da vida cotidiana. Minha caneta, uma foice afiada, corta as camadas da superficialidade, expondo as entranhas de uma alma cética e desiludida. As páginas que escrevo são um espelho que reflete a realidade nua e crua, sem máscaras para ocultar a fragilidade humana. Inspirado pelas penumbras de Edgar Allan Poe, mergulhei nas sombras, transformando as cicatrizes da minha existência em contos noturnos que desafiam a própria essência da vida.
Cada obstáculo, cada ferida, se tornou a tinta que colore minhas palavras, revelando uma paleta de emoções que muitos temem explorar. Enquanto abraço as sombras, encontro conforto na beleza torturada das tragédias que povoam minha mente. O amor pela vida ao ar livre é paradoxal, uma busca por respiro em meio ao caos, uma fuga temporária dos labirintos da minha própria mente envenenada. Minha relação com os animais é uma extensão dessa dualidade, uma tentativa de encontrar na inocência deles um refúgio diante da complexidade do humano, as criaturas compartilham meu mundo de sombras, testemunhas silenciosas de uma jornada que oscila entre a esperança e a desilusão.
Atualmente, navego pelos mares da academia, perseguindo uma licenciatura em Geografia, uma busca incessante por significado em um mundo que muitas vezes parece desprovido dele. Cética em relação aos dogmas acadêmicos, encontro inspiração nas discordâncias e nas perguntas não respondidas que permeiam a história da Terra. Minha jornada é uma dança entre a vida e a morte, uma paixão conturbada pelo viver e um flerte constante com a morte, a escrita é minha válvula de escape, um lugar onde a dor se transforma em beleza obscura e a desilusão se torna um catalisador para a criação.
Nas páginas do meu diário, eu enfrento os fantasmas do passado e do presente, desafiando o próprio destino que insiste em me iludir.
Sou uma alma em conflito, uma testemunha relutante da comédia trágica que é a vida.