Eu sou, daquilo que me
lembro, daquilo que sinto.
Quando nasci era noite,
tinha lua, lembro da luz que entrava pela janela
e eu nem sabia o que era...
Quando nasci era madrugada,
tinha música e lembro da voz
que vinha da viela,
e eu nem sabia o que era...
Quando eu nasci era carnaval,
tinha folia, lembro da
cabrocha na passarela,
e eu nem sabia o que era...
Quando nasci nem era eu,
tinha tudo de meu e uma rima
como fantasia,
quando nasci não sabia que
era ateu
e jurei por Deus acreditar na
poesia.
Quando nasci, longa jornada,
foi assim, descansei enfim,
numa noite de folia,
num fevereiro esquecido, dia
quente e comprido,
meu pai veio da rua e fez
serenata para mim.
Quando nasci, dei por mim,
era eu.
Não sabia nada ao encontrar
aberta
a porta do mundo escancarada,
mais nada,
só uma pena e um papel em
branco nas rimas de um poeta.
Sorrateiramente, vivo
disperso, sou talvez um verso,
e no mais me entendo prosa e
poesia,
e esse tempo e as cores são
minha criança.
E eu, sendo apenas eu, sou um
tanto contido,
já de muito tenho dito, sou
um aviso de silêncio, quase um rito
que espera a volta do sol,
com um verbo bem guardado,
mas, quando calo, é quando
mais falo.
quando calo, converso comigo,
Me ouço, me embriago, me tomo, me somo,
me acaricio, me penso, me
escuto, me amo, me divirto,
me beijo, me suo, me discuto,
me tenho,
me reparto, me compartilho,
me transporto,
me aquieto, me seduzo, me
uso, me vou, me volto,
me felicito, me agrado e me
rimo por inteiro.
Mas compreenda, quando da mudez eu desperto,
e de soslaio olho o carrilhão
martelando o tempo
apenas me permito,
fazer com que aquilo que
realmente quero, seja eterno, e exista,
mesmo que para o mundo seja
apenas minha rua
e para a vida, nada mais que
um grito.
Nascido para gostar de
palavras e de chocolates, amo o mar. As cores, o perfume e a catedral que
existe no mar. Gosto de manhãs bem mais que gosto de tardes, acredito em meus
milagres e nas histórias mal contadas. Tenho ganas de estradas e ambientes
bucólicos.
Jornalista e Educador Social,
nada tenho a declarar, a não ser a busca do sentido da vida e minha eterna
vontade de contar histórias de gente, das quais, acredito, se eu não contar,
ninguém contará.
A relação de um homem e uma mulher, que buscam juntos por 58 anos, o sentido da vida. Como pano de fundo, a profecia Maia de que o mundo acabaria em 21 de dezembro de 2012. Contado em forma de um diário de crônicas e poesias, a história vai sendo conduzida por Solano, um Jovem, depois um adulto, um senhor, que sofre mudanças com o passar dos anos, tanto na escrita como nos rumos escolhidos. No cam
Saiba mais